Um dos dias mais esperados do ano pra mim (além do Natal e do meu niver) é o dia de colheita de azeitonas no agriturismo de um grande amigo, localizado no meio do Chianti! Muito mais do que um duro dia de trabalho braçal, é um encontro entre amigos que se tornaram uma segunda família. Um dia de muita risada, conversa boa e, como não poderia faltar, pois estamos na Itália, um dia de muito vinho e comida!
Dias antes da colheita já se pensava no menu do dia: Polenta com Molho de Javali para o almoço, Tortellini in Brodo para o jantar. A preparação da carne se iniciou no dia anterior deixando-a marinar por toda a noite com vinho tinto, tomate, erva doce, cenoura e cebola. Foi cozida com molho de tomate em fogo à lenha por algumas horas em panela de ferro. Sobre a polenta mole com parmigiano e um fio de azeite… hummm… delícia!
Enquanto o prato principal não estava pronto, o antepasto enganava a fome… Queijo pecorino, salame picante, azeitonas, schiacciata e Fetunta (pão italiano torrado com azeite extra virgem, sal e pimenta). Adoro essa parte! 🙂
A colheita das azeitonas pode ser feita com o utilizo de maquinário ou manual. Na Toscana a maneira mais comum é a manual. Primeiro de tudo pela formação geográfica em colinas que impossibilita a passagem das grandes máquinas, em segundo, pois grande parte da produção vem de pequenos produtores. Talvez por este motivo o azeite italiano seja de tão superior qualidade, pois a colheita manual agride menos a árvore que por consequência irá produzir melhores frutos.
A produção de uma única árvore varia de acordo com seus anos de vida. Quanto mais jovem, menos frutos, quanto mais velha, mais frutos. A média é de 30-50 Kg por árvore.
O processo de fabricação do azeite ocorre no frantoio, onde a prensagem não deve ultrapassar 48 horas da colheita. São necessários cerca de 5-6 Kg de azeitonas para a produção de um litro de azeite.
A Itália é o segundo produtor mundial de azeitonas, ficando atrás somente da Espanha, e a Toscana é a 7° região produtora do país. A Oliveira, árvore que produz as azeitonas (oliva na Itália) é típica do clima mediterrâneo, embora a Argentina e agora também o Brasil estejam iniciando o cultivo.
Voltando à mesa, cenário principal de nossas vidas na Itália, ainda temos mais um prato nos aguardando! Durante toda a tarde o brodo (caldo) do jantar ficou fervendo em fogo baixo. Ingredientes simples de tanto valor nutricional, o brodo era um alimento muito importante em épocas difíceis da história italiana. Alimentava e aquecia. Água, cenoura, salsão, salsinha, cebola vermelha e carne. Agora é só jogar os tortellini e aguardar poucos minutos… Pra completar, parmigiano ralado na hora e, claro, um fio de azeite! O pão também não pode faltar pra fazer a scarpetta final!
Até a próxima colheita! 🙂
Gostaria de trabalhar na colheira da uva.
sou brasileiro como eu consigo
Elza, eu tmb era assim como vc antes de vir morar aqui! Sonhava acordada… Não deixe de ir atrás do seu sonho!!! Um bjo grande! ps. sou do dia 17! 😉
Se antes, já sonhava em conhecer a Itália e, principalmente, a Toscana, depois que conheci o seu delicioso Blog, virou motivo de insônia para mim… Tudo me leva à Itália e minha vontade só aumenta… Passei a sonhar acordada e, tenho certeza de que voltarei chorando para o Brasil, ao partir daí… Muito obrigada, por me dar tantas alegrias, com seus relatos lindos e fotos deslumbrantes… Beijo, querida. (Também sou Sagitariana… Dia 18 de Dezembro e Psicóloga…).
Foi sim, Sô! E pretendemos repeti-la para os próximos anos!!! 😉 Grande bjo!
Com certeza! Para nós também é, Yeshua! 😀