Se você escolheu viver num país diferente do que nasceu e cresceu, provavelmente vai chegar à conclusão que viver no exterior é bom e é ruim. É ruim pois você provavelmente vai sentir falta daquele calorzinho brasileiro, do abraço, do sorriso, do otimismo e a alegria de viver. É bom, pois se você decidiu se mudar, era porque buscava algo que provavelmente encontrou, se não, voltava para seu país, certo?! Rs… Quando estamos fora, enxergamos melhor os valores do nosso país, mas também descobrimos outros “defeitos” que, sem vivenciar outra realidade, talvez jamais teríamos nos dado conta!
Com esta lista convido vocês à uma reflexão sobre o nosso estilo de vida que, em certos aspectos anda cada vez mais americanizado, privilegiando o consumismo e por consequência uma vida menos sustentável e, por que não, menos saudável não só a nível individual como coletivo.
1. Valorizar e preservar a história
Como arquiteta, me corta o coração quando passo pelo centro de São Paulo e vejo casas seculares em péssimo estado de conservação, caindo aos pedaços, ou mesmo completamente transformadas e descaracterizadas. As leis de tombamento e a proteção e conservação dos edifícios históricos não só de São Paulo, mas de todo o Brasil são precárias. Não pensam 2 vezes antes de derrubar casarões da avenida Paulista para a construção de mais um shopping e mais um arranha-céus que vai trazer ainda mais trânsito para uma área já saturada. Não há investimento da iniciativa pública nem privada e junto do descaso das empreiteiras, o resultado é um grande desastre!
Era realmente muito importante MESMO ter mais um shopping em São Paulo… como as pessoas iriam viver, se não?! Eu, choro… |
Florença, a Itália e tantas outras cidades europeias sabem valorizar e preservar a sua história e por conta disto chegam milhões de turistas ao ano trazendo benefícios financeiros não somente para o estado, mas também para o comércio e todos os serviços ligados ao turismo. Sem o passado, não há futuro.
2. Conhecer melhor o próprio país
3. Valorizar a experiência
4. Ocupar e desfrutar melhor espaços públicos e ao ar livre
As praças italianas são espaços de lazer, de encontro, de passa-tempo, de fazer exercício, de música, ou seja, um espaço de convívio social. A prefeitura e a iniciativa privada promovem diversos eventos que tem como palco as praças e que atraem a população. Não há espaço para marginalização nem degrado pois elas são policiadas e ocupadas pelo cidadão, até mesmo de noite: as praças são o ponto de encontro de muitos grupos de jovens.
Piazzale Michelangelo durante o dia de San Valentino – todo mundo pronto para o beijo coletivo |
5. Menos pressão pelo corpo perfeito
6. Privilegiar frutas e verduras da estação
Quer comer figos? Aguarde setembro. Quer tomar um suco de laranja bem docinho? Só em Março e Abril. Quer provar a sopa tradicional toscana, a ribolita? Não durante o verão… o cavolo nero (verdura ingrediente da sopa) fica bom mesmo só depois da primeira geada. E não tem choro, fora de temporada, você não encontra algumas frutas e verduras e se encontrar, não vai ser tão saboroso. Italiano não compra fora da estação. Um exemplo são os restaurantes da Itália que em grande maioria mudam o cardápio 4 vezes ao ano, seguindo produtos e receitas de cada estação.
7. Beber mais água
8. Não julgar as pessoas pelo que elas tem ou modo que se vestem
9. Mais Cultura, menos shopping
10. Menos “coisa de gay”
É, sim, a sociedade brasileira é bem machista, tanto que várias coisas bobas entram na lista de “isso é gay”. Os homens italianos se vestem de rosa, usam calça apertada, gel no cabelo, e nem passa pela cabeça deles que alguém vai colocar a sua masculinidade em dúvida! E falando em gays, não sei se a proporção da cidade influi nisso, mas vejo e conheço muito mais casais homossexuais aqui em Florença do que em São Paulo e eles me parecem super incluídos e à vontade na sociedade, até mesmo para andar de mãos dadas!
Gostei muito detas dicas,sou chef de cozinha estou querendo conhecer a Italia.
Muito bom seu blog. Parabéns. Sou professor e moro em Belo Horiozonte. Aposentando quero passar seis meses na Itália, todos os anos. Alugar um pequeno apto. Valeu.
Adorei o Blog !
Parabéns !!!
Oi Babi,
Em sua gentil resposta ao meu email respondendo sobre lugares para morar em Firenze,
você diz que existem empresas que ajudam a encontrar casa, fazer a parte burocrática etc. etc.
Será que posso abusar um pouco mais da sua boa vontade e pedir para que me passe o contato destas empresas/pessoas.
Se puder me ajudar, te agradeço.
Muito Obrigado.
Amei !
Pura realidade no que fala sobre o descaso de prédios e casas históricas no Brasil. Moro numa cidadezinha no Estado do
Rio de Janeiro chamada Cachoeiras de Macacu. Na minha cidade tem um colégio de arquitetura centenária e está se dilapidando ao tempo. Gostaria muito de restaurar mas não sei por onde começar.
Os governantes de minha cidade não dão a mínima p/ isso.
O que posso fazer p/ evitar e vá ao chão este prédio?
Oi, Selma! Infelizmente o descaso a falta de valorização é enorme! Restaurar “dá mto trabalho” , então parece que eles deixam o patrimônio chegar ao estado de ruína para justificar a demolição… Uma lástima a perda histórica do nosso país que já tem história curta demais…
É sempre muito bom ler os seus post Parabéns! !haa vontade é cada vez maior de ir ver e conviver com a vida cotidiana dos Italianos! !
Noossa Babi amei! quisera viver em uma sociedade assim. Na minha cidade não tem nadaaaaa, uma vez por ano uma noite cultural….. Porque as escolas promovem. Ótimo como expusestes , essa preocupação tola com aparência , machismo, enfim como sempre é muito bom ler teus posts
Babi… Babi…
excelente Post!
como todos os teus outros, cada um melhor que o outro.
tu consegue com teus posts, fazer me sentir imerso na cultura Italiana, me sinto tão próximo, mesmo a milhas daí.
Como é bom ser leitor do teu blog!
Parabéns!
Muito boa sua visão!
Aguardo ansiosamente a minha cidadania para ver o mundo como realmente é …